Quem são os filhos de Abraão?
Um esclarecimento bíblico sobre a descendência árabe
Por Jeferson Dias, do projeto MAHABBA
Os muçulmanos, com aproximadamente 1,3 bilhões de adeptos, são encontrados em centenas de grupos étnicos diferentes ao redor do mundo e, possivelmente, três quarto das pessoas do mundo muçulmano não possuem antecedentes árabes. Contudo, o estilo de vida e cultura árabe de Maomé influenciou profundamente o islamismo.
A herança bíblica árabe é geralmente esquecida ou desconhecida por muitos. Talvez saibamos que Ismael se tornou um príncipe árabe e o fundador de muitas tribos árabes, porém, nosso conhecimento sobre a herança bíblica árabe é superficial.
Abraão é o pai de todos os que crêem. De acordo com as promessas de Deus, cada um é bendito ou maldito, dependendo da sua relação com o pai da fé. Ao longo da história, cristãos, judeus e muçulmanos buscam ostentar seu vínculo com o pai da fé.
A Bíblia é uma grande fonte de informações a respeito das genealogias árabes. E os árabes são um povo semita (descendentes de Sem), tanto quanto os judeus (Gn 10.21-32).
Segundo algumas fontes de pesquisa, existem, no mínimo, três tipos de árabes no Oriente Médio: os jotanianos (da linhagem de Jotão, filho de Gideão), os ismaelitas (da união de Abraão com Hagar) e os queturaítas (da união de Abraão com Quetura).
Todos querem pertencer à família de Abraão. Mas todos os árabes são descendentes de Ismael? Quem são os verdadeiros filhos de Abraão? Os árabes que afirmam ser descendentes de Abraão por meio de Ismael também estão incluídos nas promessas de bênçãos?
Vejamos o que a Bíblia diz.
A família de Abraão
Não podemos subestimar a importância de Abraão para as três grandes religiões monoteístas do mundo. Jesus era chamado “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1). O Alcorão menciona Maomé como alguém achegado a Abraão (Surata 3.68).
Deus chamou Abraão para sair de sua terra, dos seus parentes e dos seus pais, para uma terra que ele não tinha idéia de onde seria. E o prêmio da obediência, as bênçãos, seria endereçado a ele e a todas as nações da terra (Gn 12.1-3). A bênção ou a maldição dos povos dependia da posição que Abraão tomasse. A porta da restauração da humanidade perdida foi aberta com o “sim” dado pelo profeta a Deus.
Foi difícil para Abraão meditar sobre a bênção aos seus descendentes, visto que ele e sua esposa estavam idosos e, aos do patriarca, a possibilidade de ter um filho tinha se esgotado. Deus disse que seu filho seria o herdeiro, porém, a paciência de Sara se esgotou primeiro e, “tentando ajudar a Deus”, pediu a Abraão para tomar a serva egípcia Hagar para que a descendência de Abraão fosse iniciada (Gn 16.2). Abraão, que tinha 86 anos de idade, teve um momento de fraqueza, chegando a ponto de concordar que realmente deveria “fazer alguma coisa” para que a promessa de Deus se cumprisse.
Obviamente, esse “não” era o caminho que Deus planejara para dar uma descendência numerosa a Abraão. Imediatamente, começaram os problemas. Sara, a legítima esposa, passou a ser desprezada aos olhos de sua serva Hagar quando esta constatou a gravidez. Sara, então, culpa Abraão, que se isenta da responsabilidade deixando a escrava nas mãos de sua esposa que, por sua vez, maltrata tanto a escrava que Hagar decide fugir para o deserto com o filho.
Com a fuga da escrava, parecia que a história tinha se encerrado, mas Deus não abandonaria Hagar. Ele a amava e também a seu filho. O amor de Deus socorre Hagar no deserto. Um anjo é enviado para ajudá-la e convencê-la a voltar para as tendas de Abraão. Deus dá um nome para o filho da escrava: Ismael, que significa “Deus ouve”. Realmente, Deus ouviu o choro de Hagar!
A escrava obedeceu a Deus e voltou para sua senhora, permitindo que Abraão vivesse ao lado de Ismael. Enquanto o menino crescia, Abraão se alegrava, crendo que a promessa de Deus se cumpriria por intermédio daquele menino, porém, a surpresa bateu à porta daquela família. O filho da promessa ainda estava por vir e não seria filho de uma escrava, mas da própria Sara, ainda que, fisiologicamente, fosse algo impossível. Deus não tinha se esquecido da promessa. Nasceu Isaque e, agora, Ismael tinha um rival. Apesar de Isaque ser o filho prometido, isso não diminuía a tremenda bênção sobre Ismael. Ismael deveria ser abençoado, ser frutífero, multiplicar-se, não apenas de maneira normal, mas “extraordinariamente”. Ele seria pai de doze príncipes e não se tornaria apenas uma nação, mas “uma grande nação”.1
A descendência de Ismael
Assim como houve doze patriarcas em Israel e doze filhos de Naor (Gn 22.20), assim também Ismael, considerado por muitos o patriarca dos árabes, gerou doze príncipes árabes.
Uma característica marcante na vida de Ismael era que ele seria como um “homem bravo” (ACF), “jumento selvagem” (NVI) (Gn 16.12). Ismael haveria de ser forte, selvagem e livre, e de trato difícil, desprezando a vida na cidade e amando sua liberdade a ponto de não ser capaz de viver com ninguém, nem com seus próprios parentes.
Ismael não desapareceu das páginas da história sagrada e muito menos ficou sem bênção, meramente por não pertencer à linhagem de Israel. Deus tinha um lugar e um destino reservados para ele. O Messias, da linhagem de Isaque, também seria o Salvador dos demais descendentes de Abraão e de todas as famílias da terra. Entretanto, os descendentes de Ismael se tornaram inimigos ferrenhos de Israel, descendentes de Isaque (Sl 83.1-18). E permanecem assim até os dias de hoje.2
A Bíblia cita os doze filhos de Ismael e afirma que seus descendentes se estabeleceram na região que vai de Hávila a Sur (região Leste do Egito e região Norte do deserto de Sinai), na direção de quem vai para Assur (Assíria, região Norte do Iraque). Abraão habitou por um tempo nessa região. Foi também a habitação dos amalequitas e de outras tribos nômades (Gn 25.18; 1Sm 15.7; 27.8). Além da Bíblia, os assentamentos, como, por exemplo, os de Quedar, Tema, Dumá e Nebaiote também são conhecidos, há mais de dois milênios.
Nebaiote, o filho mais velho de Ismael, que, em hebraico, significa “frutificação”, era chefe tribal árabe (1Cr 1.29). Sua descendência continuou a ser conhecida por esse nome (Gn 17.20; 25.16). Uma curiosidade histórica é o fato de que a terra de Esaú ou Edom finalmente caiu sob o controle da posteridade de Nebaiote. Esse clã árabe era vizinho do povo de Quedar. Ambos os nomes aparecem nos registros de Assurbanipal, rei da Assíria (669-626 a.C.). Embora alguns estudiosos rejeitem a idéia, possivelmente eles foram os antepassados dos nabateus.
Os nabateus eram um povo árabe cujo reino se expandiu, no passado, até Damasco, capital da Síria, um país árabe. Perto do século 4o a.C., eles estavam firmemente estabelecidos em Petra, que atualmente é um sítio arqueológico, com ruínas e construções magníficas, localizado na Jordânia, que também é um país árabe.
Quedar, o segundo filho de Ismael, em hebraico significa “poderoso”. Alguns estudiosos dizem que essa palavra significa “negro” ou “moreno”, uma referência aos efeitos da radiação solar na pele das pessoas que habitam os desertos quentes do Sul da Arábia, onde vivem os beduínos. O interessante é que, no livro de Cantares de Salomão (1.5), a esposa diz que “é morena como as tendas de Quedar”. No Antigo Testamento, o termo Quedar é usado genericamente para indicar as tribos árabes — beduínos (Ct 1.5; Is 21.16,17; 42.11; 60.7; Jr 2.10; Ez 27.21). No Salmo 120.5, Quedar e Meseque se referem, metaforicamente, a certas tribos bárbaras. Eram negociantes, numerosos em rebanhos e camelos. Alguns deles eram ferozes e temidos guerreiros. Jeremias predisse o julgamento de Quedar, dando a entender que seria destruído por Nabucodonosor (Jr 49.28,29). Após serem destruídos parcialmente por Nabucodonosor e Assurbanipal, eles diminuíram em números e em riquezas e se dissolveram em outras tribos árabes. Os estudiosos muçulmanos, ao reconstruírem a genealogia de Maomé, fazem-no descendente de Abraão, de Ismael, por meio de Quedar. Sam Shamoun, apologista cristão, nega que Maomé seja descendente direto de Ismael, baseado em pesquisas geográficas e étnicas.3
Em face de tudo isso, parece claro que a descendência de Ismael apresentou traços culturais, raciais e lingüísticos com algumas linhagens árabes existentes nos dias de hoje. Além disso, as próprias evidências históricas fortalecem a idéia de que os árabes são descendentes de Ismael, mas isso não significa afirmar que a totalidade dos árabes é descendente de Ismael.
Outras descendências
Descendentes de Jotão
Alguns árabes se referem a si mesmos como descendentes de Jotão (os árabes lhe chamam de Kahtan) e uma das tribos mais famosas que descendiam dele era Sabá, da qual os descendentes fundaram o reino de Sabá, no Iêmen, incluindo a renomada rainha de Sabá (chamada pelos árabes de Bilquis). A visita dessa rainha a Jerusalém, durante reinado de Salomão, é um exemplo de como o povo de Deus teve influência das “arábias”, mesmo nos tempos do Antigo Testamento. Salomão escreveu um dos salmos messiânicos (Sl 72), parcialmente, tendo Sabá em mente (veja os versículos 10 e 15). Jesus falou positivamente sobre a rainha de Sabá (Mt 12.42).
Aparentemente, pelo menos algumas das tribos semíticas adoravam o Deus de Sem, mesmo sem conhecê-lo inteiramente.
Descendentes de Ló
No final do capítulo 19 de Gênesis, observamos o aparecimento de duas linhas genealógicas, os moabitas e os amonitas.
Os moabitas foram descendentes de Ló e sua filha mais velha (Gn 19.30-37). Eles eram arrogantes e inimigos de Israel, mas Deus estava, mais uma vez, usando os babilônios como medida disciplinadora. Isaías (Capítulos15 e 16) e Jeremias (Capítulo 28) predisseram a queda de Moabe e a redução de um povo arrogante a um povo débil. Os moabitas viveram em sítios vizinhos aos seus irmãos amonitas.
Os amonitas eram descendentes de Amon, filho mais novo de Ló (Gn 19.38) e da sua filha mais jovem. Em Juízes 3.13, lemos que esse povo se mostrou hostil para com Israel. Uniu-se em ataque combinado a Israel com outros adversários do povo de Deus. A capital deles era Rabá. Posteriormente, essa cidade tomou o nome de Filadélfia, em honra a Ptolomeu Filadelfo. Atualmente, chama-se Aman, capital da Jordânia. A língua deles era semítica. Hoje, todas aquelas regiões são árabes.4 A raça amonita desapareceu misturada com outras raças semitas.
Embora não seja possível afirmar com precisão, podemos supor, juntamente com muitos estudiosos em genealogias, que há uma grande possibilidade de alguns árabes de hoje serem descendentes não somente de Ismael, mas também de Ló.
Descendentes de Esaú
Esaú, da linhagem de Isaque, teve como uma de suas esposas Maalate ou Basemate, irmã de Nebaiote, da linhagem de Ismael (Gn 28.9; 36.3). As “crianças de Isaque” estavam se misturando com as “crianças de Ismael”, nascendo assim outra linhagem genealógica. Com isso, nasce Reuel, que gerou Naate, Zerá, Samá e Mizá (Gn 36.13). Certamente, muitos árabes hoje apresentam suas genealogias oriundas dessa estranha, mas verdadeira fusão.
Outra descendência de Abraão
Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gênesis 25 diz que Abraão desposou outra mulher, Quetura, e com ela teve outros filhos. Abraão, já em idade avançada, criou outra família! Todos os filhos de Quetura, eventualmente, tornaram-se chefes das tribos árabes. Uma dessas tribos era Midiã; os midianitas se opuseram ao Israel do profeta Balaão, porém, nem todos os midianitas eram contra os hebreus. Moisés se casou com Zípora, a filha de Jetro (Êx 2.16-22), que também era chamado de sacerdote de Mídia. Jetro reconhecia o Deus verdadeiro e até mesmo deu bons conselhos a Moisés que agradaram a Deus (Êx 18). Os midianistas, certamente, tiveram alguma revelação de Deus por intermédio de seu pai, Abraão.
Portanto, vemos claramente que os árabes em geral, que reivindicam ter Abraão como pai, certamente pertencem à mesma família e estão ligados a Israel.
A revista Veja apresentou uma reportagem em que as várias populações judaicas não apenas são parentes próximas umas das outras, mas também de palestinos, libaneses e sírios. A descoberta significa que todos são originários de uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há quatro mil anos. Em termos genéticos, significa parentesco bem próximo, maior que o existente entre os judeus e a maioria das outras populações. Quatro milênios representam apenas duzentas gerações, tempo muito curto para mudanças genéticas significativas. O resultado da pesquisa é coerente com a versão bíblica de que os árabes e os judeus descendem de um ancestral comum, o patriarca Abraão.5
Os árabes de hoje e as bênçãos dadas à descendência de Abraão
Por conveniência, definimos os árabes como o povo que fala o árabe, como língua mãe, e que vive na península arábica e regiões circunvizinhas. Hoje, existem diferentes tipos de etnias dentro da região árabe. Algumas nações se tornaram árabes, pois foram arabizadas, como o Sudão e a Somália. Outras realmente descendem das linhagens dos antepassados. Mas, afinal, os ismaelitas (filhos de Ismael) são os árabes de hoje?
Flávio Josefo, historiador judeu, declara que Ismael é pai da nação árabe, conforme crêem os árabes. Segundo Josefo, não podemos descartar a profecia de Isaías, que diz que os ismaelitas adorarão o Messias.6
Raphael Patai, um judeu, declara em seu livro, Semente de Abraão, que o termo “árabe” está contido nas mesmas inscrições com o termo “Quedar”, filho de Ismael, no século 9 a.C., nas epígrafes assírias. Patai também encontrou provas que mostram que os árabes foram sinônimos dos “nabateus”, descendentes de Nebaiote.
Em verdade, o mundo árabe hoje é oriundo de um mosaico de etnias, haja vista as diferentes genealogias formadas no decorrer da história. Talvez, Mahmud, Hassan ou quaisquer outros árabes, sejam descendentes de Ismael, por intermédio da descendência de Nebaiote ou Quedar, ou até mesmo por Ló, ou pela nova família de Abraão com Quetura. Não podemos também descartar a possibilidade de os árabes serem descendentes da fusão entre as crianças de Isaque com as de Ismael ou até mesmo por intermédio de Jotão. Em todas essas possibilidades, encontramos a genética do pai Abraão.
A promessa de Deus a Abraão foi clara e específica: “O seu próprio filho será o seu herdeiro” (Gn 15.4). Mas a grande questão é a seguinte: esta promessa de descendência deve ser entendida em termos raciais ou espirituais?
O apóstolo Paulo esclarece a questão em sua carta aos gálatas: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente. A Escritura não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu descendente, que é Cristo” (Gl 3.16).
Todas as promessas feitas a Abraão são cumpridas em Jesus. É por meio do maior Filho de Abraão, Jesus, que a bênção falada em Gênesis alcançará os povos do mundo. A linhagem racial se torna minúscula quando sabemos que podemos ser herdeiros de Abraão, ainda que não sejamos árabes ou judeus.
Jesus nasceu no tempo determinado por Deus (Gl 4.4), como o “descendente” de Abraão. A relação que temos com Jesus se torna fator determinante se pertencemos realmente a Deus ou não.
Paulo resume isso definitivamente ao declarar: “Se vocês são de Cristo, são descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.26,27, 29).
Louvamos a Deus, pois milhares de árabes encontraram Jesus nestes últimos tempos. E na Bíblia, além dos versículos já mencionados, existem muitos outros que nos dão a esperança de que os árabes, eventualmente, serão salvos. Isaías 60.6,7 relata sobre um tempo em que a glória do Senhor será manifestada: “A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá [os descendentes de Abraão por intermédio de Quetura]; todos virão de Sabá [descendentes de Jotão]; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do SENHOR. Todas as ovelhas de Quedar [descendentes de Ismael] se reunirão junto de ti; servir-te-ão os carneiros de Nebaiote; para o meu agrado subirão ao meu altar, e eu tornarei mais gloriosa a casa da minha glória”.
Finalmente, quando olhamos para o Novo Testamento, lá estavam os árabes no dia de Pentecoste (At 2.11). Deus, realmente, quer que sua mensagem alcance os árabes, porque Allahu Mahabba — “Deus é amor”.
Temos de acreditar que Deus salvará os árabes, seja qual for a sua descendência. Que os milhões de árabes possam ser realmente inseridos na descendência espiritual de Abraão, por intermédio de Jesus, e que a igreja evangélica seja capaz de reconhecer e compreender as promessas dirigidas a esse povo.
O nascimento de Ismael
“Ora Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era Agar.
“E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.
“Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.
“E ele possuiu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.
“Então disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti; minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos; o SENHOR julgue entre mim e ti.
“E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face. E o anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.
“E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora. Então lhe disse o anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos.
“Disse-lhe mais o anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, que não será contada, por numerosa que será.
“Disse-lhe também o anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome Ismael; porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.
“E ele será homem feroz, e a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.
“E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?
“Por isso se chama aquele poço de Beer-Laai-Rói; eis que está entre Cades e Berede.
“E Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que Agar tivera, Ismael.
“E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu à luz Ismael” (Gn 16.1-16)
Notas de referência:
1 FROESE, Arno.Conflito em família no Oriente Médio. www.chamada.com.br
2 MCCURRY, Don. Esperança para os muçulmanos. Ed. Descoberta, p.8-23, 1999.
3 SHAMOUN, Sam. Ishmael is not the father of Muhammad. www.answering-islam.org
4 The Arabs in Bible Prophecy. www.chrisadelphia.org/archive/arabs.html
517/5/2000, p. 86.
Entendendo o Conflito na Palestina
Para entender-se o conflito que se abate entre os palestinos é preciso consultar-se a Bíblia. O único livro que nos põe a par do problema desde os primórdios. Deste modo, vamos discorrer na Palavra Revelada de Deus, buscando o entendimento para este problema que aflige Árabes e Judeus de igual modo. O relato à luz da Bíblia, remonta ao Patriarca Abrão e a seus descendentes. Veremos então como as coisas aconteceram e por que continuam acontecendo:
1. Deus planejou constituir um povo para que pudesse colocar em prática o seu projeto de salvação. .
2. Chama Abrão e promete-lhe que seria pai de uma grande nação e que todas as famílias da terra seriam benditas nele (porque da descendência de Abraão viria Jesus).(Gênesis 12:1-3)
3. Abrão creu e saiu do meio de sua parentela e foi para a terra de Canaã, levando consigo Sarai sua esposa, Ló seu sobrinho e outras pessoas que conviviam com ele em Harã. (Gênesis 12:5).
4. Abrão tinha 75 anos quando foi para Canaã. Deus lhe aparece e lhe diz que daria a sua descendência aquela terra (Canaã). (Gênesis 12:7).
5. Há uma grande fome em Canaã e Abrão desce para o Egito. (Gênesis 12:10).
6. Sarai sua esposa era muito bonita e Abrão ficou com medo de perdê-la e ser morto pelos Egípcios. Combinam que diria que ela era sua irmã. Aconteceu tudo como Abrão previu. Acharam-na bonita e levaram-no para a casa de Faraó. Abrão recebe muitas benesses por parte do Faraó, mas Deus castiga o Egito com pragas por causa de Sarai. Deus não permitiu que ela fosse possuída pelo Faraó (Gênesis 12:14-20).
7. Abrão sai do Egito e vai para o NEGUEBE já muito rico com prata, ouro e gado. (Gênesis 13:1).
8. Abrão se separa de Ló e Deus lhe aparece outra vez e lhe promete novamente a terra de Canaã, dizendo-lhe que lhe daria para sempre a ele e a sua descendência (Gênesis 13:14-18). Do lugar em que Abrão estava Deus disse: olha para o norte, sul, oriente e ocidente, onde teus olhos alcançar será tua terra.
Essa promessa de DEUS se constitui na RESPOSTA à pergunta que muitos fazem: DE QUEM É A TERRA DE CANAÃ? Resposta: de ABRÃO e de sua DESCENDÊNCIA.
9. Em Gênesis 15:1, Deus fala em visão a Abrão e lhe diz que Ele é o seu escudo e que Abrão teria um grande galardão. Abrão fica preocupado e pergunta para Deus como isso poderá acontecer se ele não tem filhos e apenas um servo. Deus diz que seu herdeiro será um que virá dele mesmo (15:2-4).
10. Deus faz aliança com Abrão como o penhor de suas promessas e lhe fala do cativeiro no Egito por 400 anos (Gênesis 15). Mais uma vez Deus diz a Abrâo: - "À tua descendência dei esta terra, desde o Rio do Egito até ao grande Rio Eufrates e as terras do queneu, do quenezeu, do cadmoneu, do heteu, do ferezeu, dos refains, do amorreu, do cananeu, do girgaseu e do jebuseu. (15:18-21).
11. Sarai não concebia filhos porque era estéril. Conversou com Abrão e lhe ofereceu a sua serva Egípcia por nome Agar para que deitasse-se com ela e dela nascesse-lhe filhos que se constituíssem em sua descendência. Já haviam passado 10 anos desde que estavam em Canaã e Sarai não dava filhos a Abrão. Faltou-lhe paciência e pelo fato de que ainda não conhecia a Deus em sua plenitude, tentou ajudar ao Senhor no cumprimento de sua promessa de descendência a Abrão. (Gênesis 16:1-3).
12. Quando Agar ficou grávida passou a desprezar a sua senhora. Sarai se queixa para Abrão que parecendo crer mesmo que de Sarai haveria de vir o seu herdeiro, diz-lhe que devia proceder como quisesse com relação a sua serva. Sarai então, humilhou a Agar e ela foge para o deserto. O anjo do Senhor a encontra, diz-lhe que deve se humilhar diante de Sarai, voltar para ela, e que faria de sua descendência um grande povo. Disse-lhe mais, que daria à luz um filho que deveria ser chamado de ISMAEL, porque o Senhor a acudiu em sua aflição. "ELE SERÁ, ENTRE OS HOMENS, COMO UM JUMENTO SELVAGEM; A SUA MÃO SERÁ CONTRA TODOS, E A MÃO DE TODOS, CONTRA ELE; E HABITARÁ FRONTEIRO A TODOS OS SEUS IRMÃOS" (Gênesis 16:7-12). Portanto o conflito tem sido fruto desta profecia, entre os descendentes de Abrão com Sarai e os descendentes de Abrão com Agar. Está explicito literalmente..
13. Nasceu Ismael quando Abrão tinha 86 anos. (16:15-17). Ismael é o patriarca dos Palestinos. Exceção feita aos Egípcios dos quais Ismael é descendente por parte de Agar sua mãe. E todos descendentes de Ismael e descendentes de Isaque (filho de Abrão com Sarai) sempre estiveram bem próximos uns dos outros.
14. Mais uma vez Deus aparece a Abraão confirmando as promessas, mudando-lhe o nome para ABRAÃO. "DAR-TE-EI E À TUA DESCENDÊNCIA A TERRA DAS TUAS PEREGRINAÇÕES, TODA A TERRA DE CANAÃ, EM POSSESSÃO PERPÉTUA, E SEREI O SEU DEUS (Gênesis 17:1-8).
Novamente a pergunta: De quem é a terra de Canaã? Da descendência de Abraão com Sarai por possessão eterna.
15. Quando Abraão tinha 100 anos e Sarai 90 anos, Deus lhes aparece outra vez. Confirma as promessas. Muda o nome de Sarai para Sara. Ordena que o descendente de Abraão com Sara se chame Isaque. (17:15-19).
16. Abraão mais uma vez imagina que seu descendente é Ismael. (17:18). Deus responde-lhe em 17:21, primeiro falando sobre Ismael e em seguida sobre Isaque: - "QUANTO A ISMAEL, EU TE OUVI: ABENÇOÁ-LO-EI, FA-LO-EI FECUNDO E O MULTIPLICAREI EXTRAORDINARIAMENTE; GERARÁ DOZE PRÍNCIPES, E DELE FAREI UMA GRANDE NAÇÃO. A MINHA ALIANÇA, POREM, ESTABE-CÊ-LA-EI COM ISAQUE, O QUAL SARA TE DARÁ À LUZ, NESTE MESMO TEMPO, DAQUI A UM ANO". (17:20-21).
17. Esclarecido por Deus a confusão que Abraão fazia por causa de Ismael, deixou claro que a terra de Canaã era de Abraão, Isaque e sua descendência e não de Ismael, seus doze príncipes e seus descendentes. Ismael tinha promessas e bênçãos de Deus, mas Canaã foi dada a Isaque por possessão eterna como já vimos e mais uma vez Deus deixou claro.
18. A partir daí, as coisas transcorrem na mesma direção e propósito que Deus apontara. Isaque nasce (Gênesis 21:1-7). Abraão rejeita Agar e seu filho por causa de Isaque (21:9-10). Deus fala com Abraão que ficou mui penoso com relação a Ismael (21:11). Deus conforta-lhe e mais uma vez diz-lhe que Isaque será chamado a sua descendência. (verso 12). Mas Ismael será uma grande nação, por ser teu descendente (verso 13).
19. Agar, foge para o deserto com o seu filho e ali ela o vê chorando de sede. Deus ouve a voz do menino e mostra água a Agar e mais uma vez diz-lhe que dele (Ismael) fará um grande povo (verso 18).
20. Mais tarde Ismael casou-se com uma Egípcia e habitou no deserto de Parã (verso 22 e 23).
21. Bem, até aí temos as origens dos dois povos. Do povo Hebreu, hoje Israel descendentes de Isaque e do povo Palestino descendente de Ismael. É interessante notar que da descendência de Isaque, nasceu Jacó que mais tarde Deus mudou o nome para Israel e este teve muitos filhos dos quais doze filhos se constituíram nas 12 tribos de Israel. Igualmente a Ismael que descendeu 12 tribos também conforme já vimos.
22. Todo o conflito milenar de Israel e os Árabes tem suas raízes nos relatos bíblicos acima exarados. E em poucas palavras diríamos que toda a contenda está no revanchismo entre as partes desde os primórdios entre o filho do casal Abraão e Sara e o bastardo filho de Abraão e a escrava Egípcia Agar. Conflito este, sempre alimentado pela rivalidade dos ascendentes. Um, filho das promessas de Deus. O outro, filho da ajuda que Sara quis dar a Deus, no cumprimento das promessas que fez a Abraão.
23. Apesar desta confusão que Sara aprontou dando sua escrava como mulher a Abraão, Deus honrou ambos filhos de Abraão, mas somente Isaque foi o herdeiro legítimo das bênçãos de Deus prometidas a Abraão. Deus escolheu Abraão, chamou-o e criou condições favoráveis para a existência de seu povo.
24. À luz da Bíblia, esclarecido está a questão do direito da terra de Canaã que foi dada por Deus. No entanto, durante o cativeiro no Egito outros povos tomaram posse das terras. Quando o povo hebreu saiu do Egito teve que retomar as suas terras. Tendo as retomado pelo direito que lhes cabia segundo as promessas e a posse anterior que tiveram de Canaã, antes que a fome se abatesse e que eles se refugiassem no Egito.
25. No Egito, o patriarca José, filho de Jacó, neto de Isaque e bisneto de Abraão era governador e o Faraó abriu as portas para a família de Jacó dando-lhes boas terras etc.
No decorrer dos anos muita coisa aconteceu. O povo hebreu foi escravo no Egito por 400 anos. Estiveram também mais tarde no cativeiro Assírio. E outro tanto no Cativeiro Babilônico, sob o reinado de Ciro.
As doze tribos iniciais foram sendo extintas por causa destes cativeiros. Das doze restaram as tribos de Judá e de Benjamim que se mantiveram tementes e obedientes e fiéis a Deus, com o nome de tribo de Judá. Daí o nome do povo Judeu ou povo de Israel.
Durante o cativeiro Babilônico Neemias e Esdras (hebreus cativos) tiveram notícias de Canaã e de sua decadência. O povo hebreu que restou remanescentes da tomada da Palestina pelo Império Babilônico estava se misturando com outros povos vizinhos. Os muros de Jerusalém estavam destruídos etc.
O Rei Ciro, permite a volta de Neemias para reconstrução de Jerusalém e mais tarde Esdras, para a reconstrução dos padrões morais e religiosos voltados para Deus.
Deste modo tivemos o retorno do povo hebreu para a Palestina. Seguiu-se o Império Romano, durante o qual Deus deu seu Filho Jesus ao mundo como Senhor e Salvador, cumprido-se todas as promessas anteriormente feitas através dos profetas e do próprio Deus pessoalmente, quando disse, que da mulher que foi tentada por Satanás no Éden viria um que esmagaria a cabeça da Serpente, (Satanás). Jesus o Filho, de Davi, Raiz ou descendente, neto de Jessé. Também chamado Filho de Abraão. Em Jesus, cumpre-se então o plano de salvação da humanidade projetado por Deus.
Durante o ministério de Jesus ele profetizou que o Templo seria destruído e não ficaria pedra por pedra que não fosse retirada. Esta profecia se cumpriu no Ano 70 de nossa era, quando o General Tito do Império Romano invadiu e conquistou Jerusalém, destruindo totalmente o templo e suas fundações por acreditar que havia ouro escondido.
O povo hebreu foi novamente disperso mundo a fora e se espalhou por toda a terra. Principalmente na Europa.
Durante a Segunda Guerra, Hitler tentou exterminar o povo hebreu matando cerca de seis milhões. Mas, a guerra acabou e o povo foi mais uma vez salvo.
Outros povos contemporâneos de Israel já foram extintos a séculos. Mas, Israel povo escolhido por Deus segundo as promessas feitas a Abraão permanece.
O povo que se achava disperso pelo mundo todo enriquecia-se a cada dia. Eram grandes negociantes e contavam com grande sabedoria na administração de seus negócios. A maioria das pessoas entre os mais ricos do mundo são judeus.
A terra de Canaã estava em poder dos palestinos. Lembrando que os descendentes de Ismael ficariam próximos dos descendentes de Isaque. Pois bem, agora eles estavam na posse das terras.
O povo hebreu começou a voltar com grandes somas de dinheiro e começou a rever suas terras novamente, não mais conquistando pela guerra mas comprando com dinheiro e assim compraram quase tudo o que possuíam anteriormente.
Em 1948, em uma sessão solene da ONU, criou-se o Estado de Israel porque eles já tinham toda a posse de suas terras e não estavam extintos como se imaginava antes, mas estavam unidos e procuravam cultivar os seus costumes e a sua religiosidade. Cumpriu-se então a profecia de Isaías em que Deus perguntou ao profeta: Pode nascer uma nação em um dia?. O que ao homem parecia impossível para Deus não. Uma nação leva centenas de anos para se organizar politicamente e ser reconhecida pelo mundo. Israel depois de mais de 900 anos disperso se reconstitui e nasce realmente em um dia como nação (Isaías 66:8).
Milhares e milhares de Judeus voltaram do exílio. Israel cresceu. Precisou combater muitas vezes com seus inimigos (descendentes de Ismael). Ganhou a guerra de seis dias e conquistou mais terras que anteriormente eram suas.
Hoje, o conflito é em torno destas conquistas de Israel. E remanescentes do povo Palestino cujas terras não foram adquiridas e estão dentre do Estado de Israel. Por exemplo: há uma Mesquita Mulçumana no lugar onde havia o Templo de Jerusalém. Aquele que foi destruído pelo General Tito. E tudo isso é polêmico e motivo de discórdia, ódio, terrorismo, ataques e falta de paz etc.
A TERRA QUE MANA LEITE E MEL
Segundo o relato de Êxodo 3:8, 17; 13:5; 33:3. Levítico 20:17 e inúmeros outros do Antigo Testamento apontam para uma terra que mana leite e mel.
Quando Moisés estava voltando do cativeiro Egípcio com o povo, enviou espias para verificarem como era a terra prometida. A terra de Canaã. A terra que mana leite e mel. Disse Moisés: -"Subi ao Neguebe e penetrai nas montanhas. Vede a terra, que tal é, e o povo que nela habita, se é forte ou fraco? ...se poucos ou muitos? . ...se a terra que habitam é boa ou má? ... como são as cidades que habitam? ...se em arraiais, se em fortalezas? ...qual é a terra se fértil ou estéril? ... se há matas ou não?
Depois de 40 dias os espiais voltam trazendo frutos da terra: romãs, figos e um cacho de uva que precisou dois homens para carregá-lo suspenso numa vara.
Moisés reúne a congregação do povo de Israel e os espias dão o seguinte relato: -"Fomos à terra que nos enviastes; e, verdadeiramente, mana leite e mel; este é o fruto dela". Este foi o testemunho dos espias.
A terra realmente manava leite e mel. É claro que aí está inserida uma meia metáfora se é que se pode dizer isto, porque aos frutos da terra e a sua fertilidade atribuiu-se dizer que era leite e mel. Mas, lembremo-nos do gado que Abraão recebeu do Faraó quando no Egito esteve com Sara e levou-os para o Neguebe. Haviam ricas pastagens. As vacas por certo davam o leite para o povo de Abraão e nos campos floridos de Canaã as abelhas colhiam o nectar para produzir o precioso mel tão apreciado pelos povos primitivos por causa de seu precioso sabor. Deste modo, no fundo no fundo, havia muito leite e mel proporcionado pelas condições ambientais e climáticas da terra de Canaã (Números 13). Mais adiante, em Deuteronômio 26:8-9 Josué faz a seguinte confissão: -"...e o Senhor nos tirou do Egito com poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres; e nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel.
Muitas pessoas que desconhecem o texto bíblico costumam afirmar que a terra era seca e inóspita, mas pelos relatos bíblicos vemos que a terra realmente manava leite e mel.
O que levou os filhos de Israel ao Egito foi a busca por mantimentos. Havia fome em toda a terra aí incluída também a terra de Canaã provocada pela seca que se abateu sobre toda a terra. (Gênesis 41:56).
Então, a ida do povo para o Egito não foi porque a terra que manava leite e mel era desértica ou inóspita. Mas, por causa da seca que se abateu sobre toda a terra. Por isso os filhos de Jacó desceram ao Egito para comprar mantimentos. Somente no Egito havia alimentos. Um dos filhos de Jacó chamado José, vendido para mercadores que o levou para o Egito, interpretou um sonho do Faraó que previa 7 anos de fartura e depois 7 anos de seca. O Faraó, constituiu José como Governador do Egito. José, administrou bem os anos de fartura e por conseqüência planejou a alimentação do povo nos anos que se seguiriam de seca. Vendeu alimentos a seus irmãos e em seguida trouxe seu pai, irmãos, sobrinhos e servos no total de setenta pessoas para o Egito. Foram bem recebidos. Receberam boas terras. Quando José morreu se levantou outro Rei sobre o Egito que não conhecera a José. Conclamou o seu povo dizendo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós. Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e seja o caso que, vindo guerra ele se ajunte com os nossos inimigos, peleje contra nós e saia da terra. (Êxodo 1:9-10). A partir daí começou o ônus do cativeiro do povo Hebreu no Egito. Depois seguiu-se que Deus levantou Moisés para a libertação do cativeiro Egípcio.
Assim, a questão entre árabes e judeus é muito mais polêmica do que se imagina. O relacionamento foi complicado desde o início. Sempre houve e sempre haverá litígio entre um filho legítimo e um filho bastardo, que o diga os pais. Israel é filho legítimo das promessas. Ismael é filho bastardo da ajuda que Sara quis dar a Deus para o cumprimento das promessas que eram frutos das alianças com Abraão, Isaque e Jacó. Não se pode negar que Ismael é descendente de Abrão e isto os árabes têm reivindicado muito, tanto religiosamente quanto ideologicamente. O argumento, é se dizerem filhos de Alá, por descendente de pai Abraão, pelo que lutam pela permanência na mesma terra, matando e morrendo por este propósito, praticando atrocidades e terrorismo. Certa vez um estudante de Islamismo revelou que o ódio que os mulçumanos nutrem por Israel decorre do fato de que Israel sempre foi desobediente a Alá. Que sempre deu trabalho a Alá. Motivo pelo qual, odeiam tanto ao herdeiro legítimo. É verdade, Israel sempre foi problemático. Mas, é o filho legítimo e o Pai sempre atentou para socorrê-lo e amá-lo, tanto quanto ama a todos os descendentes de Ismael, como já vimos nos textos mencionados no início. Assim, tanto Árabes como Judeus carecem da salvação de Deus que está em Cristo Jesus que por enxerto na figueira verdadeira nos fez o seu verdadeiro Israel: - "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.". (I Pe 2:9). Amem.
Augusto Bello de Souza Filho
Bel em Teologia
http://www.bibliapage.com/israel.html
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